A
TÁBUA DE AJUIZAR
Creio
haver algo que me mantém
Tão
deverasmente insatisfeito,
Que
não sei onde nasce, d'onde vem
– Se
da mente ou se do peito...
Traz
quase tudo pra ser pensar,
Porém
sinto que é mais que isso:
Às
vezes, leva-me ao verbo amar;
Outras,
tão-só a perder o juízo
– Como
se ele fosse coisa tida
E
não balança para ponderar
O
que nos acontece na vida!
De
medir o certo e o errado,
Suas
amplitudes e cumprimento,
Onde
o pecado é um bocado
Que
escapou ao entendimento
De
bem auscultar o interior
Olhando
de fora, demorado
A
discernir se acaso o amor
Tem
alguma coisa d'ajuizado.
E
dar, então, por concluído
Que
o que se mede por humano,
Embora
faça das veias um cano
Anda
nas famílias diluído.
Joaquim
Maria Castanho
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