3.27.2018

A POEIRINHA JAJÁ






A POEIRINHA JAJÁ 
(um conto muito pequenino)


Ao certo, acerca do deserto
Apenas se dizia que um havia
Ora muito longe, ora muito perto,
Logo enorme, interminável areal
A que se ia por aqui, acoli e acolá
Se visto como coisa séria – e real,
Feito dos ditos e dos vá-que-não-vá.

Mas cada areiinha, quase poeira já
Também era granito duro, em grão
Grãoinho-inho-inho tão miudinho
Que nem dava pra um micro-micróbio,
Fosse ele louvável como opróbrio, 
Fazer seu mini-mini-minúsculo ninho. 

Todavia, esse deserto, ei-lo que cresceu
Se tornou imenso de tão gigantesco
Que a ONU até teve de criar a UNESCO,
Por tanta areiinha miudinha haver, poeirinha já
Assim, insigne e incivil, e ignorante quanto eu.  

Joaquim Maria Castanho 

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La vida es un tango y el que no baila es un tonto

La vida es un tango y el que no baila es un tonto
Dos calhaus da memória ao empedernido dos tempos

Onde a liquidez da água livre

Onde a liquidez da água livre
Também pode alcançar o céu

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