A RIMAR SE PERSCRUTA
Nasceram-me novos cuidados
Sob tua voz, teu líquido olhar
Ante meus olhos e devoção
Que, das margens, aguados
– Místicos e em tua atenção –
Me pedem sôfrego naufragar;
Sucumbir à profundidade
Do soluto d'água marina
Que espelha os encantados
Pulsares e sentir de Arina;
Sentires de estrela a pulsar
Na latência da esperança
Com que as brisas fazem dançar
Folhas viçosas e salgueiros,
Tremido oscilar que alcança
Esse poder que vem de cima
Sobre os regatos e outeiros
Dando-lhes o cristal da rima…
Nasceram-me novos cuidados
Já tão há muito por nascidos,
Que os olhos aos teus colados
Rogam pra que sejam ouvidos.
Joaquim Maria Castanho
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