4.21.2017

OLHANDO O MAR, SOB O AZUL




SOB O AZUL, OLHANDO O MAR

        (Paisagem com rosto, ou alucinação sobre a água
                                             fulgente de um pôr-do-sol de Foz domingueira...) 

Olha as gaivotas, ali linhas de voo
O seu corte pontiagudo no diamantino céu
E cristal também plácido espelho
Das águas chispando (a)deuses. 

Podes pedir-lhe a calma da tarde
Que não te recusarão o destino,
Porquanto é o corpo quem parte
Mas ficando nelas o olhar-menino
Deste silêncio, líquido definido
Mascando ênfase no sonho corrompido
Pelo coração em sobressalto, desatino
Com a vida e seus incontáveis reveses, 
Que nos concedem sempre o que às vezes
Apenas acidente supomos ser no puro linho.

Não apetece ainda o escurecer:
Há caminhamantes na marginal…
Mas o soslaio do sol fisga a Pousada
E põe na grama verde a linha escalada
De romper as frestas ao molhe triste
Nos olhos dos olhos se o Douro viste.  

                           Pousada da Juventude, Porto
                           .../.../...– 16:30 horas 

Joaquim Maria Castanho

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La vida es un tango y el que no baila es un tonto

La vida es un tango y el que no baila es un tonto
Dos calhaus da memória ao empedernido dos tempos

Onde a liquidez da água livre

Onde a liquidez da água livre
Também pode alcançar o céu

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