O PÃO DOS AFETOS
Saudade sem distância
Ou viagem sem partida,
São vizinhos desta ânsia
De quem sobe pla descida;
De quem balança os braços
Ao lés a lés de si mesmo,
E fica preso nos laços
Que armou neste torresmo
Pra caçar, na desventura,
Algum préstimo ou sorte,
E cultivar com ternura
O esquecimento da morte
– Negra ceifeira do pão
Feito com o joio da razão!
Joaquim Maria Castanho
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