BAILIA
DA LUA-CHEIA
(em
Marmelete)
Dança,
dança, lança teu olhar silente
Diz
aos pomares, hortas, alfarrobais
As
saudades, hinos que o luar sente
Se
dedilham frondes em sebes ancestrais.
Protegem
ninhos, são raiz, são semente.
São
passos, são caminhos, meio estivais
Que
o luar partilha com quem alente
Mal
a lua brilha sobre casas e quintais.
Estendem
capas entre o aqui e o além,
Que
a hora que chora é acorde também.
Dão
luz ao direito d'investir, dolente
Nas
sombras, para ter contornos muito seus
A
fim de que o fértil chão siga em frente
Pleno
de sereias, fadas – sonhos meus!
Joaquim
Maria Castanho
Com
foto de Mia Teixeira
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