4.21.2020

A TOQUE DE CACHA


 


A TOQUE DE CACHA/CAIXA

Os pontos cardeais que orientarão os homens do leme, na viragem da sociedade portuguesa na década de 20-30, estavam definidos desde há muito tempo, pese embora a classe dirigente não tenha sido suficientemente lesta e habilidosa na manobra, em transpo-los do papel para a navegação sócio-política quotidiana: Energias renováveis, mobilidade elétrica, adaptação às alterações climáticas e economia circular.

A Covid19 veio acabar com a (des)habilidade canhestra e pachorrenta, pôr a massa crítica em sentido, os agentes económicos a mudar de atitude, os serviços sociais e tecido institucional a arregaçar as mangas e as tecnologias da informação e da comunicação a meterem as os dígitos na massa.

Ou seja, mais uma vez, e à semelhança de anteriores apertos, tal como a presença filipina, as invasões francesas, a gripe espanhola, as guerras mundiais, a eclosão dos movimentos de libertação colonial, o movimento das forças armadas 25A, a sociedade portuguesa só age sob a razão do tem-que-ser, quando não pode adiar nem fugir mais, nem tem para onde, e, se e só se, não tiver outro remédio – a vacina Covid, por exemplo, coisa que não está para breve, pelo menos com segurança e verba disponível para a integrar no plano nacional de vacinação.

Isto é, no vai ou racha e a toque de caixa... quer dizer... cacha!

Joaquim Maria Castanho

Caixa – objeto, instrumento rítmico marcial, parte do teatro onde se situam os camarins, dinheiro realizado por operação de venda ao público, caixa-baixa ou caixa-alta tipográfica ou jornalística, pátio interior de prédios, etc., etc.

Cacha – ação de ocultar, dissimulação, ardil, metade de um lenço (máscara).

4.18.2020

4.16.2020

A PROMISCUIDADE SILÁBICA





A PROMISCUIDADE SILÁBICA

Os ditongos são sílabas guerreiras
Escudos que amortecem contundências
Beatas batidas, dor pra consoantes,
Ais em metades de coisas já inteiras.

Hão de continuar assim, imutáveis
Ocasiões pra ocar cavernas da voz,
Falsas gémeas, contudo derradeiras
Mal veem se algumas letras estão sós.

Por quaisquer causas se fazem plurais
E até se despem plo vicioso prazer
De mostrar com'as consoantes são mortais
Que andam com vogais que se deixam comer!

Joaquim Maria Castanho
Com foto de Elie Andrade

4.15.2020

A PEQUENA SEREIA





A PEQUENA SEREIA

Amar-t'é melhor do que respirar...

Se mergulho num obscuro mundo
Se mergulho na profundidade
Amar-t'é como respirar fundo
- É vir à tona suspenso do olhar.

É emergir do escuro profundo
- Nascer de novo em claridade.

É deixar minhas sílabas vogar
Cruzar distâncias até à praia,
Onde o azul da água se enleia
Como se godés de tua saia
- Ver-te meio tapada de areia...

Para simplesmente imaginar
Que sejas talvez uma sereia!

Joaquim Maria Castanho

4.11.2020

#CANÇÃOSEMBALANEMABALO





CANÇÃO SEM BALA NEM ABALO



O corpo é instrumento
De ser feliz, não de pesar.
É um desdizer que nos diz
Em cada hora, momento
É instrumento de ser feliz
Não de doer, nem magoar.



É barca de ser e singrar
Com alento, não de choro.
Dá prazer, e não lamento
Para querer, sem crer estar;
Pra combater o tormento
Sem laxismo nem decoro,
O corpo é instrumento
De dar prazer, não dá penar.



O corpo é instrumento
De ser feliz, não de pesar,
Seja rápido ou lento,
O corpo é instrumento
Não de doer, mas de amar.



O corpo quer só bom trato
E atenção, pra conseguir
Uma plena realização.
Não é pedra no sapato
Ou ingrato por condição
De coxeio, mas de sorrir.



Meio de gozo sem perversão
Nem ditado, que premeia,
Ou círculo quadrado,
Mas diz sim, se sim; não, se não
Em todo e qualquer lado
Se apraz, não esperneia
Meio de gozo sem perversão
Nem ditado que permeia,
O corpo é instrumento
De ser feliz, não de pesar,
Seja rápido ou lento,
O corpo é instrumento
Não de doer, mas de amar.



Joaquim Maria Castanho
Com foto de Elie Andrade

4.10.2020

#VIAGEMSILÁBICA







VIAGEM SILÁBICA


Hoje queria fazer-te um poema
Sem nuvens...
Daqueles imaculadamente
Eternos,
Cujos algoritmo e teorema
Seja passada suficiente
E demonstre teus olhos ternos.
Então, seria uma estrela
Um sonho puro, fulgente
Nave brilhante entre nuvens.
Grito de saudade, ao vê-la
Porque a não vês, mas só tu tens...



Hoje queria fazer-te um poema
Sem nuvens, apenas sol e azul,
Nave cujo leme, e lema,
Como um poema de viagens
Idílicas, rumasse ao sul.



Hoje queria fazer-te um poema
Sem receios, perdas, nem desdéns
Mas que te desse os PARABÉNS!



Joaquim Maria Castanho



4.03.2020

#ABRAÇOIDEAL





ABRAÇO IDEAL



Tenho sede de ti
De beber teu café
De trincar teu nome
Como quem morde uma estrela
Sábia e doce
É que ver-te é vê-la
Futuro quase ali
Alma que brilha
Mas não se consome.
Nota de rodapé
Flor
Que também o amor...
Perfilha!



Joaquim Maria Castanho

La vida es un tango y el que no baila es un tonto

La vida es un tango y el que no baila es un tonto
Dos calhaus da memória ao empedernido dos tempos

Onde a liquidez da água livre

Onde a liquidez da água livre
Também pode alcançar o céu

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Escribalistas é órgão de comunicação oficial de Joaquim Maria Castanho, mentor do escribalismo português