TUFO À MARGEM
Principalmente
se me não vês,
Que
as horas parecem meses...
Horas
bem maiores que o mês.
Calada,
és muralha, forte
Intransponível
prò meu gostar,
Que
eu, tufo, à sede, na morte
Fico
na margem sem me molhar,
Sem
beber dessa água pura
Que
a vida traz do teu olhar
E
fecunda alma se madura.
Digo-me
tão pouco se me travas...
O
verso brota ressequido!
Poemas
são só ervas bravas
Sem
palavras na margem do ouvido!
Joaquim
Maria Castanho
Com
foto de Elie Andrade
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