MUSA ETERNA
A morte é um incómodo enorme…
Vira-nos a existência do avesso.
Quem amamos até parece que dorme…
É dano que não mereces, nem mereço!
E quando na ideia se conforme
Ser possível evitá-la com um Terço
De quanto és, mas ele te informe
Só d’um décimo do que em ti imerso
Navega à deriva no que julgas ser
Então, essa morte é quem por ti vive
Quem percorre os mares, rios, caminhos
– Os afluentes da liberdade livre,
Propriedade de quem saltou dos ninhos
Num voo picado pela sã ousadia…
– Qu’essa sim, é a Musa de toda a poesia!
Joaquim Maria Castanho
Com foto de Elie Andrade
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