A PROXIMIDADE DA DISTÂNCIA
Ergue-se-me uma árvore no peito.
Seu tronco deita os braços ao céu
E, dos olhos, esse azul no preceito
De pintar ramagens, como um véu,
Qual manto diáfano – ao léu!–
Ante nívea brancura do leito
Eleito nas campinas o jeito
Que tão-só a natureza lhe deu.
Tem o esgar duma pomba mansa
Periclitando de ramo em ramo,
A cavalgar réstias d'esp'rança
A clicar esses chamo, não-chamo,
Com que no mapa dos zeros e uns
Somos distantes-próximos… comuns.
Joaquim Maria Castanho
Sem comentários:
Enviar um comentário