BURACOS NEGROS
A tua ausência vinca e marca
Como um órgão que me falta;
E nos lugares onde não estás
A essência é fugaz – e parca…
Por visitá-los, sou torturado
E decepado de parte de mim,
Eco dum pesadelo acordado,
Visão de delírio e febre ruim.
Fico objeto, e ser inanimado,
Atrofiado numa dor sem fim.
Que os lugares onde não estás
Gritam e rasgam-me os sentidos;
E abrem crateras, ácidas e más
Onde os sonhos são consumidos.
Joaquim Maria Castanho
Sem comentários:
Enviar um comentário