LETRA P
Produto de partilha, a poesia
Põe, dispõe ou reproduz, mas por parcelas
O que apenas suprema, ela poderia
Possuir de próprio, e por profundo…
É a prata de quem pelo dizer porfia;
É ponte, é projeto, é vento e velas;
É o espelho do que pode ser o mundo
Nas suas alegrias, magias e mazelas.
Porém, podendo ser tudo e muito mais,
Quer seja poder, como pleito sentido,
Presta-se também a ser para jograis
O que nem imaginaram sequer ter podido:
Porta que lhes dá direito de perdura
Em toda parte – até em literatura!
Joaquim Maria Castanho
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