LETRA N
Nos teus lábios, língua languescente
Se aninha, letra no meio de nós assim
Que não nega renascer no ocidente
Nem faz, ou nem afirma, tão-só porque sim.
E se no início é naipe exigente
Linha anil ou nesga de sonho no marfim,
Nácar de ninfa no nenúfar tremente
Ante a corrente cristalina e de cetim,
No fim é destino, melodia divina…
Encantamento num’alma peregrina
Sem promessas por pagar nem por receber;
Mas acatando sempre se o olhar ensina –
Porque no inaudito nasce bem-querer!
Joaquim Maria Castanho
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