7.23.2011

UM MUNDO PERDIDO
Henri Bosco

Afinal, não foi muito difícil...
A tia Martine conseguia sempre tudo de meus pais, num abrir e fechar de olhos. Conseguiu, pois, levar-me com ela.
Só lhe fizeram objeções, por fazer:
– ...E se lá nos cai doente? Constipa-se tão facilmente!... A garganta, o nariz... Ah! Que infelicidade!...
Lá era Pierrouré, a casa dos meus bons primos Gloriot.
– Assoá-lo-ão, Marcelina, e com um raminho de borragem [planta anual empregada como sudorífero] aquecer-lhe-ão os pulmões. Eu já o conheço.
– Dormirá numa cama dura! – gemeu minha mãe. – Pensem bem, em casa de montanheses! ... E o ar é lá muito forte!... Terá frio, as noites são frescas...
– De terá calor e de noite cobri-lo-ão, minha filha. E além disso, o tempo está bom. Vejam o céu, apalpem-no!...
Ah, lá estar bom, estava! E tão bonito que se julgaria estar em São Vitor, em pleno Julho!
É certo que a 15 de Setembro, afora algumas folhas, nada mudou ainda da força do Verão, no nosso sítio.
E a tia concluiu:
– Vocês devem dar-lhe estas três semanas de férias. Vão fechá-lo, pobre pequeno! Sofrerá, tenho a certeza. Encontrá-lo-emos triste, magro, com a pele empalidecida, em três meses de escola. Porque o vosso colégio é assim mesmo. Emagrece-se, estiola-se... Ao menos, que tome um pouco de forças antes de perder as belas cores. Trá-lo-ei com as faces frescas e belos músculos.

E assim se decidiu.

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La vida es un tango y el que no baila es un tonto

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Dos calhaus da memória ao empedernido dos tempos

Onde a liquidez da água livre

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Também pode alcançar o céu

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