
Como vem no horizonte o sol raiando!
Já se vão os outeiros divisando,
Já no céu se não vê nenhuma estrela.
Como se ouve na rústica janela
Do pátrio ninho o rouxinol cantando!
Já lá vai para o monte o gado andando,
Já começa o barqueiro a içar a vela.
A pastora acolá, por ver o amante,
Com o cântaro vai á noite fria;
Cá vem saindo alegre o caminhante;
Só eu vejo o rosto da alegria:
Que enquanto de outro sol morar distante,
Não há de para mim nascer o dia.
João Xavier de Matos (Sec. XVIII)
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