HORAÇÃO
Creio na tarde e na imensidão do mundo.
No sonho que não arde nem se contradiz.
No escoar do tempo lento e profundo.
No cuidado que merece petiza e petiz.
E creio no mistério aberto e vagabundo
Que há no olhar que ledo espera à solta
Pelo passado que é ontem mas não volta
À própria visão que o aprisiona e escolta
Como se fora a invenção de cada hora
No vivo instante que jamais se demora
Nos sessenta décimos de um segundo.
Creio – não faço nada por menos que isto... –
Tal-qual com’outros creem em Buda ou Cristo!
Joaquim Maria Castanho
Portalegre, 12 de outubro de 2022
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