2.22.2022

INVENTÁRIO EXISTENCIAL

INVENTÁRIO EXISTENCIAL


Que nada na vida é o que parece

E tudo emana dos seus segredos

Se diz, mas sentir é algo que cresce

Ainda que o faça entre esperas

Contrárias, tão frágeis como várias…


Invernos que são como primaveras,

Prenúncios de secas, vírus e medos.

Ameaças de guerra, confusões diárias,

Férteis para migrações e degredos.

Gripes, inflações, esperanças pueris,

Influências, modas, fatores astrais.

Politiquices imaturas, ou senis…

Desaguisados coletivos, pessoais…

Janeiros que são maios, marços por abris

De importâncias mundanas – e mundiais.


Défices d’economia, revistos em baixa…

Pois nada disso conta, nada vale.

O que sinto é qu’importa, e não cale

A felicidade de ver teus olhos a sorrir

Miríadas estelares, campos a florir,

Se passo junto a ti... – à tua caixa!


Joaquim Maria Castanho

22.02.2022


 

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