INVENTÁRIO EXISTENCIAL
Que nada na vida é o que parece
E tudo emana dos seus segredos
Se diz, mas sentir é algo que cresce
Ainda que o faça entre esperas
Contrárias, tão frágeis como várias…
Invernos que são como primaveras,
Prenúncios de secas, vírus e medos.
Ameaças de guerra, confusões diárias,
Férteis para migrações e degredos.
Gripes, inflações, esperanças pueris,
Influências, modas, fatores astrais.
Politiquices imaturas, ou senis…
Desaguisados coletivos, pessoais…
Janeiros que são maios, marços por abris
De importâncias mundanas – e mundiais.
Défices d’economia, revistos em baixa…
Pois nada disso conta, nada vale.
O que sinto é qu’importa, e não cale
A felicidade de ver teus olhos a sorrir
Miríadas estelares, campos a florir,
Se passo junto a ti... – à tua caixa!
Joaquim Maria Castanho
22.02.2022
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