DA SERÔDIA SOLIDÃO DAS FOLHAS
Afasto-me, nem sei para onde
Das nuvens escuras, doentias
Sob as quais o receio esconde
A pura inocência das poesias.
Dessa árvore de cuja fronde
Pendem os versos, as ousadias
A que hoje ninguém responde
Por vê-los como se folhas frias.
Mas é grande engano esse
Sobre o qual cai o julgamento:
Não há verso que ao soltar-se
Ainda que das mentes geladas
Não seja fogo, sentimento
Confissão labareda alento,
Lamento d’almas apaixonadas!
Joaquim Maria Castanho
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