AH, ESTRELINHA LINDA!
Seja a voz serena eco murmurado
Algo descido à noite aparecida,
Para que o dia ao ver-se recordado
Não esqueça no breu a sombra diluída.
A sombra do que foi e podia ter sido
Se não tivesse claudicado finalmente
E ao fim de tantas horas adormecido,
Talvez julgando que a nossa gente
Se calara só por supo-lo já cumprido.
Mas é falso, disse-lhe uma estrela
Depois outra, e outra, e mais outra enfim,
Até qu’o firmamento acabou por vê-la
Com’olhar daquela que só me lembra a mim.
Joaquim Maria Castanho
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