MOSTO MATINAL
Esta noite atravessou-se-me a madrugada
A meio do caminho, vinha vestida de breu
Com cada constelação d’estrelas estampada
Num imenso sorriso que não era só seu…
Quis-me parecer c’apertava numa das mãos
Um diamante por lapidar, duro e preciso
A brilhar por entre os dedos justos irmãos
Que edificam o mundo, pela mó do juízo.
As franjas do xaile, onde os fados dançam
Eram promessas de chuva a pingar plas costas,
Se o suor dos que tentam é o dos que alcançam.
O chão de neblina se afasta pròs deixar passar
E sobre as dúvidas frias, infiéis e expostas
Pisam o fruto e os engaços do dia a chegar!
Joaquim Maria Castanho
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