CHUVA LACRIMAL
Que
afagou teu cabelo preso
Pra
beijar o silêncio que arde
Caiado
d'azul celeste, ileso.
E,
assim retido, posto a sonhar
Deixo
a alma ganhar seu peso
Pra
com ela pousar os pés na terra,
Fluir
d'água que nuvem encerra
Mas
que o sol impede de gotejar.
Tal
sou eu, quando passas perto
E,
sequioso como um deserto,
Não
permites sequer contigo falar!
Joaquim
Maria Castanho
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