633 ANOS DEPOIS...
E À PRECARIEDADE FRANCISCANA
E não há três sem quatro
Coisa que o povo não diz
Mas devia, por ser farto
No parco ajuizar sem juiz,
Gizar sem giz nem quadro
Torcer o nariz, e franzir
O sobrolho, sem confiança
Ou recear e ver traduzir
Seu pedir com’uma dança…
De ora vira para aqui
De ora vira para ali,
De ora vai e ora leva
De ora leva e ora vai,
Duma gente que é serva
Mas logo que não servir – cai.
Cai dessas estatísticas
Das boas pessoas capazes
Pra entrar pràs estatísticas
Das violetas e dos lilases,
Ou das flores tão malquistas
Que não prestam prós fascistas
Empresários e doutores
Funcionários e senhores
Sejam patrões ou comunistas!
Joaquim Maria Castanho
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