O DESVINCAR DA SOMBRA
É como se o vinco da linha se esbatesse…
A ruga deslaçasse, o caminho voltasse,
O destino dissesse que tudo acontece
Ao tornar-se laço, a criar alento e espaço
Onde nada se perde nem desfolha –
E a chuva subisse de quem molha…
E nessa subida te repetisse, te acolhesse
De onde nada desce senão essa benesse
Que floresce em que a merece, só por sorrir.
O sol é tanto, e os teus olhos a espelhá-lo
Devolvem-me o canto sem o encanto delir
Nem sentir já a mínima vontade de calá-lo.
E se o digo parecendo não o dizer a dizê-lo
É só porque sigo e prossigo sempre a vê-lo.
Joaquim Maria Castanho
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