SEM TEUS OLHOS NÃO HÁ POESIA
Sem teus olhos não há borboletas.
Sem os teus gestos não tenho asas.
Sem teu jeito fenecem os planetas
E nenhum sol aquece nossas casas.
Sem tua luz me apago, e os cometas
Caem ao largo, com caudas esparsas
Quase carvão, como se fossem setas
Feitas da sombra das finitas brasas.
Sem teu nome sou órfão segregado.
As palavras morrem-me na garganta.
Ando com grilhetas de condenado
E arrasto um verbo que já não canta…
Porque sem teus olhos não há poesia
E apenas o breu se alberga no dia!
Joaquim Maria Castanho
Sem comentários:
Enviar um comentário