A Boa Nova!
O anibalismo, enquanto expressão renovada do moribundo chicoespertismo nacional, corrente filosófica e ideológica que vigorou em Portugal desde o tempo da Outra Senhora até ao encerramento da Oliveira e Costa, Betumes & Sucatas Várias, com implantes e tentáculos extensivos à bolsa e ao bolso de cada português (menos avisado), foi supervisionado pela redacção do Fala Barato e pitonisas adjacentes durante a sua primorosa desova de noventa, ano primeiro da década, que em Março, por exemplo, no seu nº 25, concluía A Fechar: «Em 19 de Julho de 1987, dia em que ganhou as últimas eleições, Cavaco Silva prometeu solenemente que tiraria Portugal da cauda da Europa. Promessa que tarda a cumprir, já passaram 929 dias e Portugal lá continua. Na cauda.» Ora, isto é um facto, não é opinião nenhuma, infelizmente, e é histórico. E também faz parte da saudade que os portugueses sentem daqueles tempos, em que o nosso país era dado como exemplo de qualquer coisa para os demais planetários e continentais.
Passaram-se anos e anos, de 87 a 2007, foram vinte, e daí a 2011 ainda abicha mais quatro. A sina portuga teve o seu reinado, longo mas merecido. Mais do que permitia a força humana, lá inflanou o estandarte, em que os anibalistas se empenharam e revezaram a erguer bem alto e vicejante, e eis que finalmente a inequívoca promessa do seu arauto e mentor se cumpriu: Portugal saiu da cauda da Europa, içou-se renovado, e entrou-lhe cu adentro, como um touro ibérico, um Miúra de primeiras águas, sempre faz para que as suas promessas não caiam em preservativo roto. Então que admiração é essa acerca da caca económico-social que nos assola?
O Fala Barato, nunca primou por acertar nos palpites e vatícinios, contudo devemos reconhecer-lhe a excepção, que taluda é, pois quem tanto porfiou nos resultados está enfim de parabéns, posto que o investimento lhe rendeu como sorte grande a quem joga todas as semanas e nem a terminação lhe teria ainda cabido entretanto, o que confirma plenamente quanto o povo diz a esse respeito: que não há mal que sempre dure, nem bem que nunca se acabe.
Portanto levantai hoje de novo o esplendor da esperança, que o anibalismo cumpre sempre o prometido, cumpriu e cumprirá, e depois não venham cá dizer como disseram sobre a crise, que foram apanhados de surpresa e que ninguém podia imaginar uma "catástrofe" desta natureza, tão prolongada e duradoura, e deixando tamanhas sequelas, que haverá certamente quem logo se apreste lampeiro e sorridente a mandá-los a todos bardamerda. E mais não digo, que quem tem aquilo que pediu, não lhe assiste direito a reclamação, seja por livro como por queixa verbal, porquanto ninguém duvida que esteja bem servido e melhor agasalhado.
O anibalismo, enquanto expressão renovada do moribundo chicoespertismo nacional, corrente filosófica e ideológica que vigorou em Portugal desde o tempo da Outra Senhora até ao encerramento da Oliveira e Costa, Betumes & Sucatas Várias, com implantes e tentáculos extensivos à bolsa e ao bolso de cada português (menos avisado), foi supervisionado pela redacção do Fala Barato e pitonisas adjacentes durante a sua primorosa desova de noventa, ano primeiro da década, que em Março, por exemplo, no seu nº 25, concluía A Fechar: «Em 19 de Julho de 1987, dia em que ganhou as últimas eleições, Cavaco Silva prometeu solenemente que tiraria Portugal da cauda da Europa. Promessa que tarda a cumprir, já passaram 929 dias e Portugal lá continua. Na cauda.» Ora, isto é um facto, não é opinião nenhuma, infelizmente, e é histórico. E também faz parte da saudade que os portugueses sentem daqueles tempos, em que o nosso país era dado como exemplo de qualquer coisa para os demais planetários e continentais.
Passaram-se anos e anos, de 87 a 2007, foram vinte, e daí a 2011 ainda abicha mais quatro. A sina portuga teve o seu reinado, longo mas merecido. Mais do que permitia a força humana, lá inflanou o estandarte, em que os anibalistas se empenharam e revezaram a erguer bem alto e vicejante, e eis que finalmente a inequívoca promessa do seu arauto e mentor se cumpriu: Portugal saiu da cauda da Europa, içou-se renovado, e entrou-lhe cu adentro, como um touro ibérico, um Miúra de primeiras águas, sempre faz para que as suas promessas não caiam em preservativo roto. Então que admiração é essa acerca da caca económico-social que nos assola?
O Fala Barato, nunca primou por acertar nos palpites e vatícinios, contudo devemos reconhecer-lhe a excepção, que taluda é, pois quem tanto porfiou nos resultados está enfim de parabéns, posto que o investimento lhe rendeu como sorte grande a quem joga todas as semanas e nem a terminação lhe teria ainda cabido entretanto, o que confirma plenamente quanto o povo diz a esse respeito: que não há mal que sempre dure, nem bem que nunca se acabe.
Portanto levantai hoje de novo o esplendor da esperança, que o anibalismo cumpre sempre o prometido, cumpriu e cumprirá, e depois não venham cá dizer como disseram sobre a crise, que foram apanhados de surpresa e que ninguém podia imaginar uma "catástrofe" desta natureza, tão prolongada e duradoura, e deixando tamanhas sequelas, que haverá certamente quem logo se apreste lampeiro e sorridente a mandá-los a todos bardamerda. E mais não digo, que quem tem aquilo que pediu, não lhe assiste direito a reclamação, seja por livro como por queixa verbal, porquanto ninguém duvida que esteja bem servido e melhor agasalhado.
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