Da Ilha do Príncipe aos Confins
do Universo
Paulo Crawford
Fundação Calouste Gulbenkian
11 Novembro 2009 18h00
Fundação Calouste Gulbenkian
11 Novembro 2009 18h00
A contemplação dos céus constituiu desde sempre uma fonte de inspiração para os seres humanos. O firmamento e os astros eram o reflexo do que se passava na Terra, por vezes idolatrados, outras vilipendiados, marcando pela sua presença constante os ritmos da vida social. O modo de olhar e de compreender o nosso planeta e as suas características influenciou de forma igualmente poderosa o pensamento sobre o cosmos e os seus componentes. Pode-se dizer que o conhecimento dos astros e o saber sobre a organização das sociedades humanas sempre funcionaram como um jogo de espelhos.
Por esse motivo, quando em 1610 Galileu publica o “Siderius Nuncius” (o Mensageiro dos Céus) a mensagem que se anuncia é a da formidável revolução científica e social que a modernidade então encetava. A natureza iria igualmente revelar as suas leis, tal como qualquer sociedade civilizada, em benefício da humanidade. E, de facto, descobriram-se novos horizontes e as fronteiras do cosmos caminharam para o infinito, no espaço e no tempo. O Universo das vozes e das súplicas transformou-se num mundo de luz. Uma riqueza imensa e inesperada de novos fenómenos emerge desta extraordinária exploração, que urge apreender e compreender.
O Ano Internacional da Astronomia celebra precisamente este formidável empreendimento. A Fundação Calouste Gulbenkian, a Associação Cientistas no Mundo e o Centro Ciência Viva de Constância colaboram nesta comemoração, dando a conhecer a todos o mundo em que vivemos, a sua beleza e a sua dinâmica, mas também o entusiasmo e a imaginação daqueles que diariamente interrogam e questionam as suas fronteiras.
João Caraça, Director do Serviço de Ciênciada Fundação Calouste Gulbenkian
Por esse motivo, quando em 1610 Galileu publica o “Siderius Nuncius” (o Mensageiro dos Céus) a mensagem que se anuncia é a da formidável revolução científica e social que a modernidade então encetava. A natureza iria igualmente revelar as suas leis, tal como qualquer sociedade civilizada, em benefício da humanidade. E, de facto, descobriram-se novos horizontes e as fronteiras do cosmos caminharam para o infinito, no espaço e no tempo. O Universo das vozes e das súplicas transformou-se num mundo de luz. Uma riqueza imensa e inesperada de novos fenómenos emerge desta extraordinária exploração, que urge apreender e compreender.
O Ano Internacional da Astronomia celebra precisamente este formidável empreendimento. A Fundação Calouste Gulbenkian, a Associação Cientistas no Mundo e o Centro Ciência Viva de Constância colaboram nesta comemoração, dando a conhecer a todos o mundo em que vivemos, a sua beleza e a sua dinâmica, mas também o entusiasmo e a imaginação daqueles que diariamente interrogam e questionam as suas fronteiras.
João Caraça, Director do Serviço de Ciênciada Fundação Calouste Gulbenkian
O grande triunfo da teoria da Relatividade Geral (RG) teve lugar após a observação do encurvamento dos raios luminosos, durante o eclipse de 29 de Maio de 1919, realizada por Arthur Stanley Eddington na ilha do Príncipe e Andrew Crommelin no Sobral, Brasil. Estas expedições tinham por objectivo verificar o encurvamento dos raios luminosos no campo gravítico do Sol. Na altura, a preocupação dos astrónomos ingleses era decidir entre a teoria da gravitação de Isaac Newton e a RG, a nova teoria da gravidade de Albert Einstein. Quando em Novembro desse ano é anunciado em Londres que estas medidas confirmavam as previsões da RG, Einstein é aclamado como o génio que destronou Newton. Torna-se de um dia para o outro, aos olhos da opinião pública, no maior e mais famoso cientista de sempre, com a popularidade de uma estrela de cinema, cujas opiniões científicas, políticas ou morais passam a ser escutadas com respeito e admiração.
Nesta palestra recordaremos o contexto em que decorreu a expedição de Eddington à Ilha do Príncipe para verificar a RG, e discutiremos dois aspectos diferentes desta experiência crucial. Em primeiro lugar, avaliaremos o suposto preconceito de Eddington a favor da RG e mostraremos que os investigadores envolvidos nestas observações e na análise dos resultados tinham boas razões para concluírem a favor da teoria de Einstein. Depois tentaremos responder a algumas questões simples tais como: Qual foi o impacto em Portugal da expedição de 1919 que teve lugar em solo sob administração portuguesa? Porque é que os astrónomos portugueses não acompanharam Eddington? Qual era o perfil da comunidade astronómica (portuguesa)? Em que temas trabalhavam? Até que ponto seria a teoria da relatividade apropriada por eles? Teria a RG desempenhado algum papel em investigações posteriores?
Nesta palestra recordaremos o contexto em que decorreu a expedição de Eddington à Ilha do Príncipe para verificar a RG, e discutiremos dois aspectos diferentes desta experiência crucial. Em primeiro lugar, avaliaremos o suposto preconceito de Eddington a favor da RG e mostraremos que os investigadores envolvidos nestas observações e na análise dos resultados tinham boas razões para concluírem a favor da teoria de Einstein. Depois tentaremos responder a algumas questões simples tais como: Qual foi o impacto em Portugal da expedição de 1919 que teve lugar em solo sob administração portuguesa? Porque é que os astrónomos portugueses não acompanharam Eddington? Qual era o perfil da comunidade astronómica (portuguesa)? Em que temas trabalhavam? Até que ponto seria a teoria da relatividade apropriada por eles? Teria a RG desempenhado algum papel em investigações posteriores?
Paulo Crawford é actualmente Coordenador Científico do Centro de Astronomia e Astrofísica da Universidade de Lisboa.
É Doutorado (1988) e Agregado (2000) em Física pela Universidade de Lisboa. Embora tenha iniciado a sua preparação científica na área da Gravitação no King’s College da Universidade de Londres sob a orientação do Prof. John Taylor, apresentou o seu doutoramento na Universidade de Lisboa em 1987, sendo o primeiro doutorado desta área em universidades portuguesas.
Criou uma linha de investigação de Gravitação e Cosmologia no final dos anos 80, primeiro integrada no Centro de Física Nuclear e a partir de 2000 no Centro de Astronomia e Astrofísica.
Orientou os primeiros doutoramentos de Gravitação e Cosmologia na Universidade de Lisboa, onde rege desde 1983 um curso de Relatividade e Cosmologia.
Tem mais de 40 publicações em revistas internacionais.
Áreas Científicas Principais:
· Cosmologia Relativista: Soluções Cosmológicas Exactas Espacialmente Homogéneas e Anisotrópicas.
· Universo Primitivo: a interface entre a Cosmologia e a Física de Partículas;
· A estrutura causal do espaço-tempo: Buracos Negros e Buracos de Minhoca (“Wormholes”).
· Outras Teorias da Gravitação. Unificação da Física.
· História da Relatividade.
Fundação Calouste Gulbenkian Auditório 2
Transmissão directa nos espaços adjacentes
Videodifusão http://live.fccn.pt/fcg/
Informações Serviço de Ciência
Fundação Calouste Gulbenkian
Av. de Berna 45A – 1067-001 LISBOA
T. 21 782 35 25 F. 21 782 30 19
E. fronteiras.universo@gulbenkian.pt
www.gulbenkian.pt/fronteiras.universo
Próximas conferências:
_________________________9 Dezembro 2009 18h00 The New Age of Discovery in Astronomy* Robert Kennicutt
Institute of Astronomy, University of Cambridge
*Tradução simultânea
_________________________7 Janeiro 2010 17h30 O Dia em que nasceu a Ciência João Caraça
Fundação Calouste Gulbenkian
19h00 Observações astronómicas de Júpiter
_________________________
24 Fevereiro 2010 18h00 Nas Fronteiras da Gravitação Vitor Cardoso
Centra Instituto Superior Técnico, Universidade Técnica de Lisboa
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