5.05.2008

As Férias de Poirot
Agatha Christie
Trad. Fernanda Pinto Rodrigues
216 Páginas – Livros do Brasil

Uma coisa é desejar a morte de alguém e outra é matá-la.
Mas no caso desse desejo coincidir com a circunstância, assaz misteriosa, de um estrangulamento eficaz, então quem o teve substitui-o pelo sentimento de culpa, e passa a acreditar (quase) cegamente na força da magia. As influências do mal, a efabulação e a crise de identidade sobrevêm sorrateiramente a exigir o castigo para a sua (pseudo) falta, favorecendo ao criminoso a absolvição bem como às autoridades um (sucedâneo deveras credível) culpado. Se…


Se no enredo, na trama, não entrasse também a invulgar perspicácia de Hercule Poirot, esse personagem pequenino com sotaque belga e cabeça de ovo de Páscoa. É aí que a tramóia vai prò brejo, o motivo se revela e as verdadeiras mãos de tão cruel acto se pronunciam pela experiência e engenho, de um mister adquirido, aguçado pela prática contínua, e mostram a natureza do homem que o premeditou, repetindo-o pela terceira vez. Que é a última, pois dessa não escapará, que é de vez apanhado, dado que a mente pouco laxista duma escritora como Agatha Christie não permite tais veleidades, nem deixa à solta a malvadez, principalmente se dispõe de um detective tão apto à investigação como o detective das celulazinhas cinzentas.
Aposto como nenhum de vós é capaz de lá chegar primeiro que ele… Experimentem!

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