8.12.2004

FANTASIA E FUGA EM SOL MAIOR

Perdoo-me esta insanidade de sentir-te
Solta sobre o meu corpo domando-o
Subjugando-o ao fogo arguto do voo
Redimensionado no táctil augúrio
Como arco-íris de Vénus em Mercúrio,
Manto azul terreno envolvendo Marte.
Mas já intemporal adormeço naufragado
Em sonhos de corromper o instante tido
Que das ondas sou sempre o outro lado
Fustigado, e nos corais de mim compartido.
Aí, a seiva que brota em espuma se desfaz...
Fui eu a rapariga, enquanto tu o cavaleiro
Que sulcando em lemes o mar todo e inteiro,
Tremes porém no imo abraço derradeiro
Ao que explodindo em ti a minha lava
De vulcão assim me (re)tornei rapaz
- E tu, a praia fértil que o (a)mar cava!

Havia silêncio no sol-pôr, depondo
A resvalada réstia dos ocasos alvorados
Astro a astro, uma sinfonia compondo
De dedilhar arcanjos amputados.
Asas? Só as que a imaginação nos dá!
Essas sim, que são seguras e verdadeiras
Não ícaras sombras do lado de lá do lá,
A fazer autênticos alqueives e sementeiras
De produzir o trigo que em nós há...

Pão de searas selvagens os corpos
Incandescentes de bem-querer a vida
Notas de solfejo na paleta colorida
Na magia simples de arrotear encontros
De eu e tu, tu e eu, do eis à flor da pele
Colhendo das pétalas a cor, e do pólen... o mel!
JC - 11.08.04

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La vida es un tango y el que no baila es un tonto

La vida es un tango y el que no baila es un tonto
Dos calhaus da memória ao empedernido dos tempos

Onde a liquidez da água livre

Onde a liquidez da água livre
Também pode alcançar o céu

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