EIS ANKH EIS
Gosto das palavras indizíveis por dizer
As que insubmissas e infiéis espartilham o homem
O atiram ao fundo de si mesmo sem qualquer significado
E lhe vociferam ou estilhaçam a alma solta em cada sílaba
Em cada estremeção da carne viva perante a impiedosa brisa
Essa igual que acaricia as frondes das acácias
Nos outeiros dispostos sob o acaso do olhar
Ali, interrompendo a linha do horizonte marchetado
Na paisagem dos dias sob a paleta das vozes íntimas.
São para ti na erosão corrosiva dos sentidos
Horas únicas ao resfolegar da planície seca e aberta
Ao grito do fogo posto de não estares presente, nó de Isis
Entre os seios no lúdico sustenido do coração ansioso
Longe mas desesperado de tão próximo, próximo aproximo
Os lábios e nele reponho meu beijo de sofreguidão perpétua.
Morrer para a eternidade é apenas um gesto, palavra
Dita sem eco a resvalar na curva apertada do tempo
Mas sucumbir ao ritmo do teu pulsar no convulso arquear
Do dorso e desferir a seta do desejo num disparo sem volta,
Eis igualmente como nos entregamos um ao outro e sós
Infinitamente sós renascemos do exíguo fio de prumo
Pendulando na fala inesgotável de dizer sempre o derradeiro
Lugar da história comum ao espaço-quando dos corpos jungidos
Que se aspiram e fundem num apenas um grito de liberdade
Disferida por mil sóis que nos rebentam no simultâneo da nuca.
Eis por que eis o porquê do laço que nos une sobre a cruz
Alicerçada no elo esfíngico de aglutinar o verbo inicial primaz
O que encerra todos os indizíveis ainda por dizer ou que ditos
Vogam na celestial aspereza da lonjura inominável – eis
O porquê de que por eis se manifesta presente dum futuro
Sem contorno definido está o nome, aquele que pronunciado
Invoca a eternidade perene e duradoura do sentimento
Que não desfalece e solto volta ao princípio dos princípios
Primordial como se a luz nascesse de si própria em si outra
Luz renovada essa de denunciar a paixão cometida do silêncio
Abrigo da voz ao ciciar do desejo incontornável do corpo
Aberto e pleno de entrega final sem parangonas desmedidas.
Porque épico é o abraço na distância de morder o tempo,
Abocanhar o laço de que a cruz é nó e sinal e sustento
Do sustenido inconstante de dizer-me Aqui, eis-me pronto
A receber-te plural na infinita agitação da espiral dissolvente
A que joga os pedaços de mim e de ti aspergindo o cosmos.
EIS! (in the sky with diamonds)
Convite para partilhar caminhos de leitura e uma abertura para os mundos virtuais e virtuososos da escrita sem rede nem receios de censura. Ah, e não esquecer que os e-mails de serviço são osverdes.ptg@gmail.com ou castanhoster@gmail.com FORÇA!!! Digam de vossa justiça!
7.26.2005
7.22.2005
E X P E C T A T I V A
Os sonhos vão, vêm, voltam e morrem, mas o homem fica. Condenado. Irremediavelmente vivo e sofrendo-os como a uma hipoteca que, mais cedo ou mais tarde, sem dúvida terá de liquidar. Que paga, paga. Tanto importa que sejam de justiça e de beleza, de amor e de bem-estar, como dos seus contrários, que o fado cumpre-se com a igual fatalidade implacável e desumana.
Jaime Sousa regista mentalmente a temperatura indicada no termómetro da cozinha e espreita a rua, pela vidraça da marquise. Chove torrencialmente e, segundo a inclinação dos pingos ao baterem no vidro, conclui que o vento está de sudoeste. É provável que continue a chover por mais dois ou três dias; ou pare, o vento mude de direcção, e o frio retorne. De qualquer forma não lhe importa grandemente, dado que não sairá dali na presente semana. Nem na seguinte.
Do sótão, vêm um baque seco com uma praga.
«Raios partam isto!!»
Depois, é o silêncio. Aquele género de silêncio que acompanha as faltas humanas, quando as reconhecemos.
“Não foi nada”, pensa ele, enquanto se dirige para o armário à procura duma lata de sardinhas em conserva. Com ela nas mãos, como se esta fosse uma granada, o dedo indicador esquerdo na cavilha de abertura, lança a vista em derredor na busca dum prato e do garrafão do vinho. É hábito antigo dos pratos o de estarem todos sujos quando são precisos, mas desta vez não, estão lavados e a escorrer no lava-louça. Positivamente. Um óptimo sinal... e o garrafão encontra-se no chão, junto ao frigorífico, entre este e a porta da rua. Pega-lhe pelo lado contrário, tocando o gargalo com as costas da mão, apoiando-lhe o bojo na curva do cotovelo, pelo lado de fora, desarrolha-o com os dentes, cospe a cortiça, e verte meio quartilho num copo, no qual se nota ainda o tinto sarro da última utilização. Após o que se senta, pousando-o ao lado de si, para futuras e novas arremetidas.
Então, grita para cima:
«O pequeno almoço está pronto!!»
( “Está proontoo!... Está proontoo!...”, responde o eco. )
«Vou já» informa Lina, ao que se sucede novo baque de queda. «Vou já!!»
A porta interior dá de frente para as escadas do sótão, que ele perscruta ao ouvir ranger as tábuas dos primeiros degraus. De início aparecem os ténis e as calças de ganga desembainhadas; depois, as pernas desbotadas e ruças, conforme cada passada dela.
«O caralho da prateleira ia-me fodendo os pés!...» afirma Lina, indignada e de pronto.
“Começamos bem...”, reflecte Jaime. “Hoje vestiu a sua personalidade de tunante académica.”
«E como?» Quis ele saber.
«Ora! Despregou-se com o peso dos livros e caiu. Temos que arranjar outra estante.»
Nessa ocasião já se lhe via o corpo todo, à excepção do rosto. Tem a blusa turca do pijama cor-de-rosa, e percebe-se que não pôs o soutien. Os seios balançam a cada degrau. “São belos e preciosos”, considera Jaime. O que é verdade, em absolutérrimo grau, e dos quais ela se orgulha, visto que todos os homens e algumas mulheres lhos fitam enquanto lhe falam, esquecendo-se até de que também ela os/as está observando naquele meio-tempo. Cheios, redondos, mamilos sempre a espichar, sem precisarem de qualquer suporte para se manterem firmes e alçados, embora que proporcionalmente grandes face à fragilidade do dorso. Contudo, tal não a incomoda. Pelo contrário; fá-la sentir-se ainda mais fértil e feminina.
«Provavelmente, amanhã», elucida ele.
“Para ti é sempre e eternamente amanhã”, pensa ela ao cruzar o umbral, com as mãos espalmadas enfiadas nos bolsos do cu, a bater os cotovelos, como se fossem asas e ela quisesse levantar voo. O que superiormente lhe realça e atira para cima o excelso busto.
«Claro» acata ela. «A-ma-nhã. E o pão?...»
«Está no congelador.»
«Já calculava.» Sublinha, encaminhando-se para ele. Tira-o e coloca-o no microondas. Liga-o e regula-o. É rápido. «Prontinho!...»
Enquanto depõe as três carcaças, ao centro de mesa, sobre um guardanapo que tivera melhores dias, Jaime procura visar-lhe o rosto arredondado, sardento, de boca pequena e lábios em subtil biquinho de pato, olhos cinzentos salpicados a negro, com sinais de contrariedade, sorvendo do copo. Mas este demonstra-se-lhe estoicamente impassível. Inexpressivo quase. Ela sacode os cabelos compridos, castanhos-claros, para trás, abanando a cabeça, à medida que se senta no banco da cozinha em tubo de ferro e fundo de fórmica.
É no momento em que ambos estendem as mãos para o pão, que o telefone toca. Suspendem o gesto, cada um à espera que seja o outro a levantar-se para o ir atender. Repete-se o toque duas vezes consecutivas, naquele grilar incomodativo de animal electrónico.
Finalmente, ele ergue-se, depondo o copo meio de vinho sobre o tampo da mesa, com agressividade, com brusquidão, fazendo-o transbordar.
Ao ouvir-se, da sala, a voz dele, desinteressada, denuncia frete e frivolidade. Nota-se que escureceu, submergindo a tarde, por mor de alguma nuvem mais baixa, em passagem.
«Sim, sim. Sim... Certíssimo. Também me pareceu... Calculei logo.»
Clic.
Regressa.
Senta-se. Estica as pernas, tocando propositadamente com uma no joelho esquerdo de Lina, e diz, com os polegares e indicadores das duas mãos a esfregar ostensivamente os colhões, por cima das calças, num suspiro:
«E vão quatro. Do departamento editorial da Framboesa Books informam, que, não obstante a qualidade das obras propostas, não podem considerar a sua publicação, por estar preenchido o leque de edições, planeado para os próximos dois anos. Caras de pau!»
«Muito simpático, da parte deles... Sabem mentir com diplomacia.» Comenta ela, baixando o olhar, escondendo-o num apreciar de unhas.
Entrementes, duas moscas pousaram sobre as sardinhas intocadas, tranquilamente, esfregando os focinhos com as patas dianteiras. Na vidraça, a chuva mantinha o ritmo de batida, regular, insistente. Ping-ping. Toc-toc. Ping-ping. Toc-toc. Ping-ping. Toc-toc.
E o quadro assumiu um abandono de Os Bêbados, digno da paleta de um José Malhoa.
Os sonhos vão, vêm, voltam e morrem, mas o homem fica. Condenado. Irremediavelmente vivo e sofrendo-os como a uma hipoteca que, mais cedo ou mais tarde, sem dúvida terá de liquidar. Que paga, paga. Tanto importa que sejam de justiça e de beleza, de amor e de bem-estar, como dos seus contrários, que o fado cumpre-se com a igual fatalidade implacável e desumana.
Jaime Sousa regista mentalmente a temperatura indicada no termómetro da cozinha e espreita a rua, pela vidraça da marquise. Chove torrencialmente e, segundo a inclinação dos pingos ao baterem no vidro, conclui que o vento está de sudoeste. É provável que continue a chover por mais dois ou três dias; ou pare, o vento mude de direcção, e o frio retorne. De qualquer forma não lhe importa grandemente, dado que não sairá dali na presente semana. Nem na seguinte.
Do sótão, vêm um baque seco com uma praga.
«Raios partam isto!!»
Depois, é o silêncio. Aquele género de silêncio que acompanha as faltas humanas, quando as reconhecemos.
“Não foi nada”, pensa ele, enquanto se dirige para o armário à procura duma lata de sardinhas em conserva. Com ela nas mãos, como se esta fosse uma granada, o dedo indicador esquerdo na cavilha de abertura, lança a vista em derredor na busca dum prato e do garrafão do vinho. É hábito antigo dos pratos o de estarem todos sujos quando são precisos, mas desta vez não, estão lavados e a escorrer no lava-louça. Positivamente. Um óptimo sinal... e o garrafão encontra-se no chão, junto ao frigorífico, entre este e a porta da rua. Pega-lhe pelo lado contrário, tocando o gargalo com as costas da mão, apoiando-lhe o bojo na curva do cotovelo, pelo lado de fora, desarrolha-o com os dentes, cospe a cortiça, e verte meio quartilho num copo, no qual se nota ainda o tinto sarro da última utilização. Após o que se senta, pousando-o ao lado de si, para futuras e novas arremetidas.
Então, grita para cima:
«O pequeno almoço está pronto!!»
( “Está proontoo!... Está proontoo!...”, responde o eco. )
«Vou já» informa Lina, ao que se sucede novo baque de queda. «Vou já!!»
A porta interior dá de frente para as escadas do sótão, que ele perscruta ao ouvir ranger as tábuas dos primeiros degraus. De início aparecem os ténis e as calças de ganga desembainhadas; depois, as pernas desbotadas e ruças, conforme cada passada dela.
«O caralho da prateleira ia-me fodendo os pés!...» afirma Lina, indignada e de pronto.
“Começamos bem...”, reflecte Jaime. “Hoje vestiu a sua personalidade de tunante académica.”
«E como?» Quis ele saber.
«Ora! Despregou-se com o peso dos livros e caiu. Temos que arranjar outra estante.»
Nessa ocasião já se lhe via o corpo todo, à excepção do rosto. Tem a blusa turca do pijama cor-de-rosa, e percebe-se que não pôs o soutien. Os seios balançam a cada degrau. “São belos e preciosos”, considera Jaime. O que é verdade, em absolutérrimo grau, e dos quais ela se orgulha, visto que todos os homens e algumas mulheres lhos fitam enquanto lhe falam, esquecendo-se até de que também ela os/as está observando naquele meio-tempo. Cheios, redondos, mamilos sempre a espichar, sem precisarem de qualquer suporte para se manterem firmes e alçados, embora que proporcionalmente grandes face à fragilidade do dorso. Contudo, tal não a incomoda. Pelo contrário; fá-la sentir-se ainda mais fértil e feminina.
«Provavelmente, amanhã», elucida ele.
“Para ti é sempre e eternamente amanhã”, pensa ela ao cruzar o umbral, com as mãos espalmadas enfiadas nos bolsos do cu, a bater os cotovelos, como se fossem asas e ela quisesse levantar voo. O que superiormente lhe realça e atira para cima o excelso busto.
«Claro» acata ela. «A-ma-nhã. E o pão?...»
«Está no congelador.»
«Já calculava.» Sublinha, encaminhando-se para ele. Tira-o e coloca-o no microondas. Liga-o e regula-o. É rápido. «Prontinho!...»
Enquanto depõe as três carcaças, ao centro de mesa, sobre um guardanapo que tivera melhores dias, Jaime procura visar-lhe o rosto arredondado, sardento, de boca pequena e lábios em subtil biquinho de pato, olhos cinzentos salpicados a negro, com sinais de contrariedade, sorvendo do copo. Mas este demonstra-se-lhe estoicamente impassível. Inexpressivo quase. Ela sacode os cabelos compridos, castanhos-claros, para trás, abanando a cabeça, à medida que se senta no banco da cozinha em tubo de ferro e fundo de fórmica.
É no momento em que ambos estendem as mãos para o pão, que o telefone toca. Suspendem o gesto, cada um à espera que seja o outro a levantar-se para o ir atender. Repete-se o toque duas vezes consecutivas, naquele grilar incomodativo de animal electrónico.
Finalmente, ele ergue-se, depondo o copo meio de vinho sobre o tampo da mesa, com agressividade, com brusquidão, fazendo-o transbordar.
Ao ouvir-se, da sala, a voz dele, desinteressada, denuncia frete e frivolidade. Nota-se que escureceu, submergindo a tarde, por mor de alguma nuvem mais baixa, em passagem.
«Sim, sim. Sim... Certíssimo. Também me pareceu... Calculei logo.»
Clic.
Regressa.
Senta-se. Estica as pernas, tocando propositadamente com uma no joelho esquerdo de Lina, e diz, com os polegares e indicadores das duas mãos a esfregar ostensivamente os colhões, por cima das calças, num suspiro:
«E vão quatro. Do departamento editorial da Framboesa Books informam, que, não obstante a qualidade das obras propostas, não podem considerar a sua publicação, por estar preenchido o leque de edições, planeado para os próximos dois anos. Caras de pau!»
«Muito simpático, da parte deles... Sabem mentir com diplomacia.» Comenta ela, baixando o olhar, escondendo-o num apreciar de unhas.
Entrementes, duas moscas pousaram sobre as sardinhas intocadas, tranquilamente, esfregando os focinhos com as patas dianteiras. Na vidraça, a chuva mantinha o ritmo de batida, regular, insistente. Ping-ping. Toc-toc. Ping-ping. Toc-toc. Ping-ping. Toc-toc.
E o quadro assumiu um abandono de Os Bêbados, digno da paleta de um José Malhoa.
7.19.2005
EIS ANKH EIS
Gosto das palavras indizíveis por dizer
As que insubmissas e infiéis espartilham o homem
O atiram ao fundo de si mesmo sem qualquer significado
E lhe vociferam ou estilhaçam a alma solta em cada sílaba
Em cada estremeção da carne viva perante a impiedosa brisa
Essa igual que acaricia as frondes das acácias
Nos outeiros dispostos sob o acaso do olhar
Ali, interrompendo a linha do horizonte marchetado
Na paisagem dos dias sob a paleta das vozes íntimas.
São para ti na erosão corrosiva dos sentidos
Horas únicas ao resfolegar da planície seca e aberta
Ao grito do fogo posto de não estares presente, nó de Isis
Entre os seios no lúdico sustenido do coração ansioso
Longe mas desesperado de tão próximo, próximo aproximo
Os lábios e nele reponho meu beijo de sofreguidão perpétua.
Morrer para a eternidade é apenas um gesto, palavra
Dita sem eco a resvalar na curva apertada do tempo
Mas sucumbir ao ritmo do teu pulsar no convulso arquear
Do dorso e desferir a seta do desejo num disparo sem volta,
Eis igualmente como nos entregamos um ao outro e sós
Infinitamente sós renascemos do exíguo fio de prumo
Pendulando na fala inesgotável de dizer sempre o derradeiro
Lugar da história comum ao espaço-quando dos corpos jungidos
Que se aspiram e fundem num apenas um grito de liberdade
Disferida por mil sóis que nos rebentam no simultâneo da nuca.
Eis por que eis o porquê do laço que nos une
Gosto das palavras indizíveis por dizer
As que insubmissas e infiéis espartilham o homem
O atiram ao fundo de si mesmo sem qualquer significado
E lhe vociferam ou estilhaçam a alma solta em cada sílaba
Em cada estremeção da carne viva perante a impiedosa brisa
Essa igual que acaricia as frondes das acácias
Nos outeiros dispostos sob o acaso do olhar
Ali, interrompendo a linha do horizonte marchetado
Na paisagem dos dias sob a paleta das vozes íntimas.
São para ti na erosão corrosiva dos sentidos
Horas únicas ao resfolegar da planície seca e aberta
Ao grito do fogo posto de não estares presente, nó de Isis
Entre os seios no lúdico sustenido do coração ansioso
Longe mas desesperado de tão próximo, próximo aproximo
Os lábios e nele reponho meu beijo de sofreguidão perpétua.
Morrer para a eternidade é apenas um gesto, palavra
Dita sem eco a resvalar na curva apertada do tempo
Mas sucumbir ao ritmo do teu pulsar no convulso arquear
Do dorso e desferir a seta do desejo num disparo sem volta,
Eis igualmente como nos entregamos um ao outro e sós
Infinitamente sós renascemos do exíguo fio de prumo
Pendulando na fala inesgotável de dizer sempre o derradeiro
Lugar da história comum ao espaço-quando dos corpos jungidos
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Disferida por mil sóis que nos rebentam no simultâneo da nuca.
Eis por que eis o porquê do laço que nos une
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